Caçula da elite do futebol baiano, a Onça Pintada fez uma campanha heroica no Estadual

O Barcelona de Ilhéus começou a fazer história na última quarta-feira, 16, pela edição de 2022 do Campeonato Baiano. Além da classificação para as semifinais, o clube-empresa conseguiu o melhor desempenho de um estreante no estadual desde o Ipitanga, que terminou o torneio de 2005 na terceira posição. Tudo isso apesar das enormes dificuldades que surgiram antes e durante o Baianão.

Fundado em setembro de 2019, pouco mais de dois anos foram o suficiente para ver a equipe de Ilhéus aparecer entre os quatro melhores times da Bahia. Para entender melhor os bastidores da instituição, o CEO Weliton Nascimento falou com o A TARDE sobre o assunto.

Por ser clube muito novo, a Onça Pintada ainda não tem um padrão de gestão. Parte da administração de funcionários de São Paulo é utilizada, enquanto a equipe mantém uma pequena equipe administrativa em Ilhéus. De vez em quando, um funcionário vai de São Paulo para o Sul da Bahia verificar custos. Os objetivos giram em torno de um projeto de médio a longo prazo e o maior destaque fica para a pousada exclusiva para a equipe. Lá os jogadores dispõem de fisioterapia e se preparam fisicamente com os aparelhos mais modernos, de acordo com o CEO.

Sobre dinheiro, o clube é financiado no momento pela empresa Adilis e o orçamento para 2023 deve girar em torno de R$ 1,5 milhões, caso o Barcelona de Ilhéus realmente participe das competições planejadas.

Além das adversidades

Com o título da Série B do Campeonato Baiano em 2021, o time entrou em 2022 sem grandes expectativas além de escapar do rebaixamento. É o que acreditava toda a comissão e os jogadores.

“No início da competição, nós tínhamos como principal objetivo fazer um bom número de pontos para não ficar entre os últimos e cair para a Segunda Divisão”, disse o técnico Paulo Sales.

Depois do resultado alcançado, um desavisado pode até pensar que foi mais demérito dos grandes que mérito do Barça. Porém, a Onça Pintada mostrou as garras contra o atual campeão, Atlético de Alagoinhas, e o sempre favorito Bahia. Ainda assim, mesmo antes disso tudo, o clube já saiu atrás na pré-temporada.

No final do ano passado, as chuvas torrenciais atingiram fortemente o sul do estado e impediram o Barcelona de treinar. Quando conseguia, era em péssimas condições. Como se já não bastasse, a equipe sofreu com um surto de gripe dentro do elenco e chegou a se preparar só com sete jogadores.

Após o começo do Campeonato Baiano, a sina do time não mudou. O estádio da cidade de Ilhéus, Mário Pessoa, não teve seu laudo técnico aprovado. Por toda a competição, o Barcelona foi obrigado a jogar fora de casa, mesmo como mandante.

A falta de uma casa para atuar acarretou em outro problema: 18 viagens. Sem um lugar próprio, a Onça Pintada se deslocou por mais de 11 mil quilômetros para cumprir a tabela.

“Esse também foi um dos fatores que nos prejudicou muito, a verdade é essa. Não tínhamos lugar para treinar, tínhamos que viajar, viajamos mais de 11 mil quilômetros. Nunca tinha passado por uma situação dessas”, desabafou Paulo Sales.

Já o preparador físico Berg Queiroz avaliou de forma positiva o trabalho feito com os atletas, que permitiu aos jogadores chegar inteiros fisicamente para o último jogo, mesmo depois de tanto desgaste. “Não tivemos que fazer nada além de preparar os atletas para jogos de 96 ou 97 minutos. Preparamos eles fisicamente, tanto na questão de potência, velocidade e mobilidade. Aliado ao descanso, a boa alimentação e suplementação adequada. Esse foi o fator predominante para chegarmos à primeira semifinal da história do Barcelona”.

FONTE: PORTAL A TARDE

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